
Era para eu ficar só domingo, acabei ficando até terça.
Domingo era dia de Falstaff na Sala São Paulo; ópera de Giuseppe Verdi, inspirada em "As Alegres Comadres de Windsor", de Shakespeare. Regência de Karabtchevsky. Vozes divinas cantando um dos textos mais engraçados do bardo inglês.
Então por que não ficar até segunda-feira? Seria então a noite da "Sinfonia Fantástica" e de "Lélio, ou o Retorno à Vida", de Berlioz, com a Orquestra de Champs-Elysées e coro da Osesp. Um ator argentino, fazendo-se francês, levou-me às lágrimas copiosas, tamanha era a paixão que colocava à boca.
Já estou sem roupa limpa, mas um ingresso me convida para terça-feira. Noite de pre-estreia do musical "A Bela e A Fera, Disney/Broadway. Tudo feito para arrebatar o coração mais sisudo Se é impressionável escutar falarem deste clássico, mais impressionante é estar na quarta fileira, de onde tudo é ainda mais mágico e monumental. Por que hei de negar que chorei ali?
E estes três dias não seriam tão impressionantes sem a companhia de pessoas tão especias e talentosíssimas que tive — e não exagero aqui um dedo — a honra de conhecer. Cada vez mais me convenço de que só a arte deita ao coração das pessoas que dela compartilham o bálsamo da estima e da amizade. Agradeço a Fernando, Manu, Silas e Vandson o privilégio de tê-los, a partir de agora, na minha resistente lembrança.